Este mês o Kiboo apresentou aos seus clientes uma novidade no seu visual, um adesivo decorativo que enfeita o salão e aumenta ainda mais o clima oriental da casa. Nele estão dois símbolos da cultura nipônica, as árvores cerejeiras e as gueixas (mulheres da sociedade japonesa que se dedicam às artes e à preservação das tradições daquele país. Uma gueixa se especializa em canto, dança, música e poesia para oferecer à elite local sua companhia culta e sofisticada em festas e recepções). Mas como vive esta tradição em um país cheio de tecnologia e modernidade?
Um caso bem interessante é o da gueixa de Kyoto Komono (pequeno pêssego), que nasceu no México e ingressou na profissão de uma maneira nem um pouco tradicional: pela internet.
Komono nada sabia sobre a misteriosa profissão até encontrar, em 1998, o site de Koito, uma gueixa de Kyoto que também mantinha uma okiya (casa de gueixas). Depois de três anos de trocas de e-mails, Komono se formou no colegial e aos 15 anos se dirigiu a Kyoto para se tornar uma maiko, aprendiz de gueixa.
Hoje ela tem uma rotina corrida que inclui 12 horas diárias de trabalho e estudo, pouco tempo para se trocar entre os jantares, contando com apenas dez minutos para vestir duas faixas e três quimonos que pesam cerca de sete quilos.
Não só Kyoto, mas todas as outras gueixas se preocupam com o futuro da profissão. A quantidade de integrantes do ofício chegou ao seu pico em 1928, com 80 mil gueixas, porém apenas mil restam atualmente. A concorrência de formas mais modernas de entretenimento, o medo de políticos e executivos de se envolverem em escândalos e a crise econômica (um jantar com gueixas custa cerca de 80 mil ienes por pessoa) são as principais causas do declínio da profissão.